Os Dançadores de Sao Martinho de Angueira


Tudo indica que os dançadores de São Martinho de Angueira existem desde tempos imemoriais. Segundo comunicação de pais para filhos, terão surgido na época da peste negra europeia (1348-1350), peste que dizimou milhões de pessoas em toda a Europa e, de entre as quais muitos jovens da região e da freguesia.

Reza a história que sobre a aldeia de São Martinho de Angueira se abateu uma doença que dizimava todas as mulheres, em especial as mais jovens. Os rapazes solteiros (a mocidade), vendo que o seu futuro iria ser pouco risonho, pois corriam o risco de não casar, pediram à Virgem que afastasse tal doença da povoação, e em troca do favor concedido, dançariam para Ela todos os anos. A doença desapareceu e os jovens solteiros, continuam anualmente, a cumprir a sua promessa.

Constituiu-se assim um grupo, inicialmente de oração, sob forma de dança, mantendo-se em São Martinho de Angueira, ainda hoje, formado apenas por solteiros (moços), que adoptaram como Padroeira a Nossa Senhora do Rosário, que veneram anualmente com a festa no último domingo do mês de Agosto e dos quais ainda hoje a sua bandeira diz ser da «Mocidade de S. Martinho». Devemos lembrar que nao sempre foi no mes de Agosto, mas sim no mês de Setembro, no domingo seguinte á festa do Naso, o que indica que seja uma festa relacionada com o ciclo do pão, nomeadamente com o temo das colheitas, pois a esmola que dentes se dava era geralmente un alqueire de trigo por "laço" dançado na volta.

A dança como forma de oração começou assim, a ser posta em prática inicialmente apenas à porta de todo e qualquer jovem vítima da referida doença e, posteriormente, como hoje em dia, a toda e qualquer porta para lembrar os falecidos o agradecimento pelos sobreviventes. Esta é a razão porque los dançadores de Sao Martinho de Angueira sao unicos ante todos los dançadores de l Praino. Dançam de calças, colete, sapatos, gravata, chapéu preto com flores e camisa branca. Os lhenços que colocam nos coletes são lenços que as moças lhe ouferecem, não são lenços de folclore. Tambem, penduram dos seus coletes, ramas de manjerico.

A veneraçao a Nossa Senhora do Rosário, começa no sábado à noite na Rua da Fonte na ponte do "Meio l Lhugar" , depois de comerem juntos o cordeiro tradicional. Os oito dançadores junto com a gaita, caixa e bombo, se apresentam à aldeia dançando pela primeira vez no ano todos os "laços.
  •  Acto de Contriçao 
  •  Lhaço Nuobo
  •  Lhiebre 
  •  Yerba 
  •  Laurindinha
  •  La Berde 
  •  Çaramontaina
  •  25 de ruoda
  •  Ouficios 
  •  Fado 
  •  Tintira 
  •  25 Aberto 
  •  Bicha 
  •  Rodrigo 
  •  Salto l Castilho
Às seis horas da manhã de domingo, os daçadores junto com o gaiteiro, o bombo e a caixa, juntvão-se juntando no adro. Cada um toca a uma badalada como senha de que chega à igreja. Oito badaladas, ointo dançadores. O gaiteiro faz o silêncio enquanto os dançadores colocam os chapéus no chão, perto da porta da igreja admirados por dezenas de pessoas. Todos juntos, e em silêncio, rezam um Pai Nosso e uma Avé Maria. Findo este momento, dançam um “laço” e começa a volta ao lhugar.

Os dançadores visitam todas as casas da aldeia de Sao Martinho e dançam às portas, nuns casos, rezando, para lembrar os falecidos e noutros, dançando, como forma de agradecimento pelos sobreviventes. Em troca, os donos da casa dão uma esmola. Quando chegam à porta da casa de um dançador, gaiteiro ou mordomo da festa, são convidados a entrar na casa para cantar e tocar, beber o comer o tradicional arroz com leite.



No final da volta, os dançadores chegam à igreja e entram para depor os chapéus no andor de Nossa Senhora do Rosario, dando começo assim à missa na sua honra. Durante a missa, desde o século passado se parou de tocar la musica religiosa "Elibaçon de la ostia" tradição que voltou este ano a ser tocada junto pela gaita de foles. 



Finalizada a missa, sai a procissão com todos os santos da aldeia e, no final, Nossa Senhora protegida por os oito dançadores junto com o gaiteiro, bombo e caixa, ainda sem chapéus, que apenas recolhem quando o andor recolhe dentro da igreja. De notar que os “palotes” nunca entram na igreja. 
Depois, os dançadores saem para dançar todos os “laços” pela última vez no ano.

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